domingo, 30 de setembro de 2007

viva!!!!!

na volta para casa, cansado, exausto, encontrei uma vida se esvaindo. Vi de perto um pulmão implorando por oxigênio.. vi de perto uma face arroxeada.. vi de perto belos olhos azuis revirados... olhei nos olhos da morte... ela acenou para mim... fazia tempo que nós conversávamos... mas ontem ela me fitou e me cumprimentou... eu não tento vencê-la.. não teria essa pretensão... mas ontem fizemos um acordo e ela me deu mais um tempo... não exatamente para mim... aliás eu espero que ela me dê essa trégua na minha hora... voltando... conversei com um irmão... pedi pra ele respirar... demorou mas quando ele o fez fiquei muito satisfeito comigo mesmo... me senti como o salvador de uma vida... tá! não sou! mas me senti assim... fí-lo respirar... ele viveu... queria saber como ele está... que coisa estranha... acabei amando aquela criatura... nunca o vi... mas o amo... isso deve nascer em algum lugar próximo de onde nasce a síndrome de estocolmo..enfim... bom, muitas reticências... hora de parar... ajudei a salvar uma vida... vou dormir um pouco mais tranquilo...

sábado, 29 de setembro de 2007

...

É sobre-humano amar
'cê sabe muito bem
É sobre-humano amar, sentir,
Doer, gozar, ser feliz
Vê quem sou eu quem te diz
Não fique triste assim
É soberano e está em ti querer até
Muito mais
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples?
Mas deixa tudo e me chama
Eu gosto de te ter
Como se já não fosse a coisa mais humana
Esquecer
É sobre-humano viver
E como não seria
Sinto que fiz esta canção em parceria com você
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples?

namasté

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Delícias Imperatriz


Banana-caturra: R$ 1.15

Carré suíno: R$ 6,74

Cerveja Skol lata: R$ 1,09

Ki-arroz fumacense: R$ 1,78

Batata lavada: R$ 0,90

Couve-de-bruxelas: R$ 3,25

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Onde queres revólver sou coqueiro e onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo e onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada nada falta e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas o chão minha alma salta e ganha liberdade na amplidão
Onde queres família sou maluco e onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon sou Pernambuco e onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez, e onde vês eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo eu sou o irmão e onde queres cowboy eu sou chinês
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato eu sou o espírito e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo e onde buscas o anjo sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói e onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução e onde queres bandido sou herói
Eu queria querer-te amar o amor, construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés e vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero e não queres como sou, não te quero e não queres como és
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo e onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua eu sou o sol e onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério eu sou a luz e onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro e onde queres coqueiro sou obus
O quereres e o estares sempre a fim do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal e eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total do querer que há e do que não há em mim
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

sábado, 8 de setembro de 2007

O palhaço

O palhaço canta, dança, ri, faz rir.. brilha! Precisa dos holofotes. Se alimenta deles. Precisa dos olhares. E os tem. Mas um olhar em especial o incomoda. É o mesmo olhar carinhoso de todos. Talvez um pouco mais, por conseguir enxergar além da indumentária do artista. Mas o incomoda. Que insensível o palhaço. O tempo passa... passa... e passa. Ele ainda brilha num circo mambembe do pequeno planeta. Mas assiste da platéia a um novo espetáculo. E que belo espetáculo! Vê como os olhos dos outros palhaços brilham. Brilham como outrora brilhavam os seus. Queria estar ali. Fica triste, chora. Olha para o lado e vê que aqueles mesmos olhos que o incomodavam, ainda fitam os seus. Fica triste, chora. O tempo é impiedoso e sua implacabilidade não lhe permitirá fazer de novo. Então ele assiste. Mas sabe que agora é o seu olhar que perturba. Então fecha os olhos. Fica triste, chora.....