sábado, 24 de maio de 2008

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as vezes me sinto como se não tivesse o gume suficientemente afiado para ser o inferno de ninguém, a não ser o meu próprio. seria bom, pois a idéia de ser o inferno de alguém não me agrada. mas isso não é verdade. foi feliz Sartre, ao dizer que 'o inferno são os outros', que somos condenados a ser livres. talvez façamos pouco caso dessa liberdade. como andei lendo por aí: temos medo de ousar, de ferir pessoas, de ampliar a rede do amor, de abrir os braços a outras ricas possibilidades de paixão, de paixões. não agimos com plena liberdade que gozamos. somos vítimas de nós mesmos e projetamos equivocadamente este inferno nos outros. somos algozes de nós mesmos e quiçá dos outros, já que somos os outros dos outros. deu pra entender?